Por vezes surge uma vontade imensa de libertar a minha mente em palavras escritas. Por vezes a vontade de as gritar é ainda maior. Mas não deixam de ser palavras, as minhas palavras. Aquelas que na minha mente se formaram, se uniram. Foram criadas com o coração, trabalhadas com a cabeça. São fruto da minha intenção, do meu desejo. Apesar das muitas que pensei, estas possuem um significado. Um significado que só aquele que as receber poderá decifrar correctamente. Pois esse alguém recebê-las-á juntamente com o sopro do meu coração, dadas com um beijo invisível, com todo o meu sentimento colocado na palma da mão, nua e crua. Saberá recebê-las. Eu sei que sim. Pois elas só em ti encaixam. Qualquer outro que as roube não conseguirá saber o seu verdadeiro significado. Elas estão destinadas exclusivamente a uma única pessoa, aquela por quem o meu coração decidiu lutar todos os dias, por quem os meus sonhos sonham diariamente, pela qual os meus dias parecem compridos e de certa forma cansativos se não a tiver mas que apesar de tudo acabam ocupados pelo pensamento de mil e uma cenas vividas. Palavras repetidas vezes sem contas, sentimentos, sensações, olhares. És o receptor único destas palavras que escrevo com alma, como parte do meu corpo, algo que eu digo pertencer-te. Coloca a tua mão no peito, sente algo profundo e diferente. Usa o teu olhar e vê com atenção, tens lá algo gravado, as tais palavras. Guarda-as e estarás a guardar a chave do meu ser.